A verticalização de Xangri-Lá tem deixado de ser uma simples tendência para se tornar uma realidade. A cidade, que é plana quase por completo — não é à toa que é reconhecida como a “Capital dos Condomínios Horizontais” — deve se tornar a casa do primeiro resort de luxo do litoral gaúcho. A novidade, claro, é o fato de ele ser vertical.
O projeto, que ainda possui o nome trancado a sete chaves, vem sendo enxergado como um divisor de águas no mercado imobiliário de alto padrão do estado gaúcho. Além de ser o único no litoral gaúcho, a expectativa é que o empreendimento esteja entre os poucos na região Sul com o porte de resort de luxo, ao lado apenas do Bravíssima, em Itapema (SC), e o empreendimento Oceano, em Florianópolis.
“Ele será uma resposta para uma demanda alta de veranistas de todo o país que têm buscado cada vez mais por propriedades no litoral gaúcho”, pontua Fabiano Braga, especialista em negócios imobiliários de alto padrão e luxo na região.
Bairrismo deve continuar dominando
Ainda que a cidade de Xangri-Lá passe a ocupar um lugar de destaque no mercado imobiliário nacional, o perfil dos investidores que tem demonstrado interesse na região mostra que o regionalismo impera de forma quase que absoluta, principalmente quando o assunto é a aquisição imobiliária. Para se ter uma ideia, a expectativa é que cerca de 90% dos possíveis compradores do novo resort de luxo vertical sejam veranistas gaúchos.
Segundo Fabiano, a maioria desse público pertence a famílias do interior e da Região Metropolitana de Porto Alegre, que já frequentavam o litoral tradicionalmente, mas que optaram por adquirir imóveis para uso próprio nas temporadas de verão.
E o bairrismo não para por aí. Parte desses proprietários não deve colocar o imóvel para locação fora da alta temporada, deixando as residências fechadas durante boa parte do ano.
Para o especialista, isso tem a ver com o fato dos gaúchos enxergarem um imóvel como um patrimônio de família, e não como uma fonte de renda extra. Segundo ele, esse comportamento acaba impactando a dinâmica do mercado local em duas vertentes: reduzindo a oferta de imóveis disponíveis para aluguel e contribuindo para a valorização das propriedades.
“Hoje, por exemplo, o valor do metro quadrado na cidade de Xangri-Lá já se equipara – dependendo da localidade é até superior – a outras cidades famosas do Rio Grande do Sul, como Gramado e a própria capital Porto Alegre”, explica Fabiano Braga.
O novo resort de luxo vertical será erguido no mesmo terreno onde décadas atrás funcionava o antigo Hotel Termas — um ícone da sofisticação local nas décadas de 1980 e 1990. O novo empreendimento ganhará vida graças à recente transformação no plano diretor de Xangri-Lá, que passou a permitir construções verticais em áreas antes limitadas à ocupação horizontal.
A projeção é que ele seja inspirado nos exuberantes resorts de Miami, com suítes com vista definitiva para o mar, um diferencial que deve reforçar a proposta de exclusividade e sofisticação.
“Além da arquitetura que promete ser disruptiva, a estrutura deve incluir duas piscinas, uma de frente para o mar no segundo andar e outra no rooftop, no oitavo andar, além de ambientes de relaxamento e lobby, tudo desenhado para oferecer praticidade, alto padrão e luxo aos moradores”, acrescenta.
Mesmo não sendo um hotel ou voltado à hospedagem convencional, o empreendimento deverá impactar positivamente a economia local. Para o especialista, a proposta deve contemplar, ainda, um centro de eventos, o que suprirá uma lacuna em Capão da Canoa e Xangri-Lá. “Com esse novo espaço, as estimativas apontam para a movimentação de milhares de visitantes para eventos, exposições e encontros, o que deve promover uma ativação de comércios e restaurantes situados no térreo do resort”, conclui Fabiano Braga.