O Museu de Arte do Paço (Praça Montevidéu, 10, Porto Alegre) tem a honra de inaugurar, no
dia 20 de agosto, das 18h30 às 20h, na Sala Leste (2º piso), a exposição "AEROFILIA,
GRAVEDAD Y VIENTO", com curadoria de Morgana Silveira Bartz. A mostra é fruto das
ideias do Circuito Cavilantes, um grupo formado por artistas colombianos egressos da
Universidad Nacional de Colombia e convidados, que explora a tensão entre aerofilia,
gravidade e vento como conceitos poéticos e forças que moldam o corpo e a prática artística.
Iniciada na Colômbia, no Museo de Arte Contemporáneo e no Jardim Botânico de Bogotá, a
exposição que chega agora a Porto Alegre, com a inclusão da artista brasileira Verônica
Spnela, aprofunda a reflexão sobre o ar como território simbólico e espaço poético e político.
As mais de 20 obras apresentadas convidam o público a experienciar o desequilíbrio criativo,
onde o ar se torna uma linguagem comum e a arte, uma respiração partilhada, sugerindo que
viver é, de alguma forma, flutuar entre o desejo e o limite, a memória e o porvir. Os artistas
Ser Jiménez, Ilvar Carantón, Carlos Cuéllar, MC Galindo-Oñate, María Teresa Cruz, Asdrúbal
Medina e Verônica Spnela contribuem com suas perspectivas sobre esse "entre-lugar" de
suspensão e leveza.
Sobre a curadoria e pesquisa:
Entre el viento y el suelo Estoy hecha de viento, pero mi nombre pesa.
Tengo alma de brisa y cuerpo de piedra.
Cuando vuelo, hay conflicto: la gravedad me recuerda que no nací para tener alas —
pero el viento insiste en llevarme.
Entre caer y planear, elijo el riesgo.
Soy línea tenue entre caída y milagro.
Aerofilia, gravedad y viento são mais do que conceitos poéticos que atravessam esta
exposição: são forças que tensionam o corpo, o pensamento e o gesto artístico dos sete
artistas aqui reunidos. A exposição nasce do circuito Cavilantes, grupo de artistas
colombianos cuja prática se constrói no movimento — pensar fazendo, sentir criando — e
que aqui compartilham, entre si e com o público, um território suspenso entre o céu e o chão,
entre o visível e o invisível, entre a gravidade e o vento.
A presente exposição é parte de um percurso iniciado na Colômbia, onde Aerofilia foi
apresentada no Museo de Arte Contemporáneo de Bogotá e no Jardim Botânico de
Bogotá. Nestes espaços, já inaugurava uma reflexão sobre o ar como território simbólico,
tensionado entre o poético e o político. Agora, ao atravessar fronteiras e encontrar nova
configuração, Aerofilia segue seu trajeto em Porto Alegre, conectando práticas e
sensibilidades latino-americanas.
Nessa travessia coletiva, marcada por camadas de cor, sopros de memória,
experimentações formais e atmosferas em suspensão, emerge também uma dimensão de
um encontro transnacional: nesta edição, o grupo acolhe uma artista convidada do Brasil,
estabelecendo um diálogo entre práticas latino-americanas que, embora enraizadas em
distintos contextos, compartilham a mesma pulsação sensível — o desejo de habitar o ar
como espaço poético e político.
A aerofilia, nesse contexto, não é apenas amor pelo ar: é uma forma de estar no mundo. É
leveza como escolha, desapego como estética, suspensão como linguagem. Mas todo voo
convive com a gravidade, que se impõe como memória, como matéria, como chão que
insiste. E entre esses dois extremos dança o vento: presença invisível que move, atravessa
e transforma.
As obras desta exposição pairam nesse entre-lugar. São corpos alados, geografias de cor,
raízes aéreas, máscaras que só se sustentam se olharmos para cima. Nada aqui se impõe;
tudo se insinua — como um sopro, uma lembrança, um instante em suspensão. Seja por
meio das bromélias epífitas de Ser Jiménez, das aves de Ilvar Carantón, dos homens alados
de Carlos Cuéllar, das geopoéticas de MC Galindo-Oñate, das ficções oníricas de María
Teresa Cruz, das sutilezas atmosféricas de Asdrúbal Medina ou das máscaras gravitacionais
de Verônica Spnela, esta exposição convida o visitante a experimentar o desequilíbrio
criativo como linguagem — e o ar, como matéria plástica e política.
Neste gesto coletivo, o ar se torna linguagem comum, e a arte, uma forma de respiração
partilhada. Y quizá, al final, lo que estas obras nos recuerdan es que vivir también es flotar:
entre el deseo y el límite, entre la memoria y el porvenir. En este respiro compartido, el arte
se vuelve viento: atraviesa, sacude, nombra sin aprisionar. Que esta exposición sea,
entonces, una pausa en el tiempo —una invitación a mirar hacia arriba y, por un instante,
habitar el aire.
SERVIÇO:
Exposição: AEROFILIA, GRAVEDAD Y VIENTO
Abertura: Dia 20 de agosto de 2025, das 18h30min às 20h
local: Museu de Arte do Paço, Praça Montevidéu, 10, Centro Histórico, Porto Alegre
visitação: Até 24 de outubro de 2025, de segunda à sexta, das 9h às 17h
ENTRADA FRANCA
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