Dívidas são os maiores estresses da população: especialistas orientam como alcançar a educação financeira

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Um levantamento recente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) revelou que 51% dos brasileiros dizem ter alto estresse financeiro, com dificuldades para gerir o próprio orçamento. Entre os mais estressados, 59% não possuem qualquer reserva financeira, o que agrava ainda mais a situação.

O estresse financeiro de muitas famílias, segundo especialistas, não está apenas na ausência de recursos, mas principalmente na falta de planejamento e organização – fatores que levam ao endividamento. Em um contexto de instabilidade econômica, inflação crescente e renda estagnada, o desafio de gerenciar as finanças pessoais se intensifica.

Outro dado alarmante do estudo aponta que, para 71% dos brasileiros, os gastos mensais superam a renda. A falta de educação financeira, o endividamento e a dependência do crédito são barreiras comuns na hora de se organizar. Bruno Vargas, líder da XP no Rio Grande do Sul, destaca que a prevalência de alto estresse financeiro revela uma questão socioeconômica complexa.

O cenário de famílias endividadas também se reflete no Estado. Dados da edição de março de 2025 da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), divulgados pela Fecomércio-RS, indicam que o percentual de famílias gaúchas endividadas atingiu 88,1%. Isso representa uma redução em relação ao mês anterior (88,6%) e a março de 2024 (88,3%).

Embora com trajetória de recuo, o líder da XP no Sul, Renato Sarreta, explica que o endividamento excessivo, impulsionado pela facilidade de crédito, altas taxas de juros e falta de planejamento financeiro são centrais para este problema. “Esse cenário impacta a saúde mental e o bem-estar individual, com implicações na economia como um todo, afetando toda a família e os planos futuros”, explica.

O especialista ressalta, ainda, que o primeiro passo para mudar essa realidade é buscar um bom planejamento financeiro. Criar uma reserva, mesmo que pequena, e adotar hábitos de controle de gastos são estratégias fundamentais para quem deseja viver longe do sufoco e mais próximo da saúde financeira. “Por trás do estresse financeiro, existe insegurança e falta de perspectiva para os planos. Se você ainda não investe, a construção começará com uma reserva de emergência”, comenta.

Planejamento Patrimonial
Bruno Vargas ressalta que a autonomia financeira é uma jornada que requer disciplina e planejamento. “O primeiro passo é definir quanto você pretende acumular para atingir esse objetivo”, diz.

Segundo o especialista, o planejamento patrimonial é essencial para administrar, manter e valorizar o patrimônio ao longo do tempo. Ele envolve a organização e gestão eficiente dos bens e recursos, considerando aspectos tributários, financeiros e legais.

Além disso, o planejamento patrimonial ajuda a estabelecer objetivos financeiros claros e definir estratégias para alcançá-los, incluindo a diversificação de investimentos e a gestão de dívidas. Isso contribui para a estabilidade financeira e a segurança do futuro. “Com uma estratégia bem definida, é possível reduzir riscos e maximizar os retornos, garantindo um futuro financeiramente seguro”, acrescenta Bruno.

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Vinícius Mitto é docente do SENAC RS e professor da Escola Técnica Estadual Irmão Pedro, em Porto Alegre. Graduado em Arquivologia pela UFRGS, com pós-graduação em Gestão em Arquivos pela UFSM e Formação Pedagógica pelo IFRS, possui mais de dez anos de experiência docente. Como Arquivista atua como consultor há mais de quinze anos em empresas privadas e no serviço público. Presidiu a entidade de classe da sua profissão, de 2022 a 2024. Atualmente é Conselheiro Fiscal do Clube do Professor Gaúcho e está na web há mais de uma década com seu site www.viniciusmitto.com.br por onde criou diversos projetos como o “Café da Manhã dos Influenciadores”, “Bloco Bah Guri” que arrastou mais 50 mil pessoas no carnaval de 2020 e o “Coletivo Bah Guri” que contou a história de dezenas de bairros de Porto Alegre no marco dos 250 anos da capital.